segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Da coisa

Da coisa

Aqui onde creio qu’estou
Sob nuvens densas
Um rio gélido
Como a morte traspassa-me
Os olhos secos da tristeza
A língua presa amarga
Fumaça e óleo e mudez
A coisa de ser
A coisa de não ser
De estar aqui no vazio
E a coisa do eco no vazio
E o vazio da alma
E a alma vazia de solidão
A coisa d’alma solitária
Da vida despegada
Da distância da ausência
Daquilo que dói e medo
A coisa do medo e angústia
Coisa angustiante e não-livre
Não-permissiva não-verdadeira
A coisa da verdade de cada um
Coisa de estar o caso
O coisa causa de quase todo mundo
Quase de mim onde não sou
Onde não há coisa causal
É isso a coisa que me faz
Coisar assim...


Maggour Missabbib, 5772




Nenhum comentário: