quinta-feira, 14 de agosto de 2014

D'aromas d'amores

Aqui neste campo florido
Minha ninfa passeando esparge olores,
Acima no elevado da colina,
Namora o sol, a relva orvalhada.
Doce festim da noite vultosa
À sombra da lira aluada.
Favónios espraiados peles nuas
Lívio néctar a derramar-se do rochedo;
Aroma de romãs e de venenos;
Vidrinos olhares penetrantes
D’Ilusões d’afagos ofegantes
D’Amante d’amores e de prazeres.

Malkah, 5773

Amei dormi Amei

Floridos olores
Da colina orvalhada
Em noite umbrosa
De Viola nua e
Pele enluarada
Do rochedo o veneno
Penetrante
D’ilusão afagos
E de prazeres
Recostei-me
Amei,

Dormi...
No colo perfumado da flor
Aromas e romãs
Gotículas e folhas
Acorda, amor!

Carme e carma - Poetar e fofar


O carme(sim) é carma, não?
O fogo é carmesim
A rosa rósea, carma não.
A lua sem luz, seu brilho,
No outono do vigor, é carme(sim)
O dia ensolarado jovial
Reluz na turbulenta tentação.
O carma de quem ama o carpo sazonado
É o cimo dos anseios mais secretos...

A vontade é cardo é fado é estopim
Donde cármicos desejos se afloram,
O vermelho sangue ferve apaixonado
O flácido corpo, tornando em carmin.
Das façanhas e bafordos carmeados,
Os vulcões da carne em erupção,
Cantam o carme prazeroso
De sabores sem saberes nem sossegos...

A Carmen rubra se entrega à lascívia
Com lábios carmins de eflúvios abrasados
E a cor da vida insta ao amor
Que a Eros enrubesce a face pálida,
Transtorna a rudeza em dulcidão
Tão logo o rijo coiso varonil
E a calicroma bagem feminal
A fofar falo e fosso em frenesi
Do amar a palilálica canção
Por isso, do poetar é carma sim
Porém, do foder é carme não.

Malkah, 5774


Dor (e)terna e plácida

Ah! Sentido lancinante
Que furtou a Lancelot a lealdade
Dos movimentos da alma plácida
De turbações e de procura
Calma sobre o deserto da esperança
Próximo ao cume do desespero.

Nem Cervantes em sua loucura poética
Traduzira as aflições desse tormento
Quando a Dulce prostituta encanta
No leito da ternura a ilusão
E concorre ao belo feudo o lascivo.

A volúpia inconstante do prazer
Que na orla da aurora entenebrece
Traz consigo o desprezo  o gozo o medo em flor
No instante que supera o tempo inteiro.

Eis lânguida a pele passeada de carícias
O fragor da emoção inebriante
No afã de encontrar-se satisfeito
Toda força todo bem toda razão
Que acalentam e apropriam um guerreiro
Esvaem-se com o clímax da paixão...

Esquece-se a dor que maltrata a carne
Desfalece o sopro vívido do sentir
Entrega-se o desejo  ao mais ardente
No ímpeto do querer exacerbado
E confunde o conciso e incoerente
Da longura do prazer a amplidão
Mas, a morte dessa dor, de dor e pena,
Faz sofre o sofredor do (e)terno amor.


Maggour Missabbib, 5774