terça-feira, 31 de março de 2015

Oras!

Ora! hora,
Que fazes agora,
Além de passar?

Quem, à hora, ora
Ora não vê a hora,
Nem sabe a hora
Em que há de passar...

A hora é esta
Ora, em apreço
Que ora adora
Que ora odeia
E, ora vai-se embora...

Agora não sei,
Que hora é ora
À hora marcada,
Ora mostra a hora
De ser honrado
Orando a lei...

Ora! da hora em pino
Chegando a aurora
Ora é o momento
Em que se namora
A hora final.

Malkah
5775


Fosco brilho




O sol oculta,
Com seu brilho,
O escuro da minha 
Solidão acompanhada
E, do vinho,
A inebriante alegria,
Esconde o fosco desta tristeza.

Mas, como um graveto quebrando,
O estalido do soturno silêncio
cobre o colorido dia...

Então, as cinzas da esperança,
Que prometem o vicejar da nova era,
Levam consigo
O lume triste do alvorecer
E trazem no arrebol
As horas tácitas
Do quarto cheio
De vaguidão.

Maggour Missabbib
5773

quarta-feira, 25 de março de 2015

Nua lua no mar

A lua no mar
O mal na vida
O vento no rio
A solidão na rua
O quarto vazio
O vácuo da esperança
A presença do sol
Numa fresta de luz
No escuro do quatro
No vazio das horas
E as corredeiras do rio
Lavando a solidão
Que inveja a lua
No mar desta vida
Onde ventos e lumes
Desvelam-na
Nua...

Malkah, 5775

quinta-feira, 19 de março de 2015

Qualqueira



Se uma hora qualquer de um dia perdido,
Antes que as sombras cintilantes possam apagar nossas ilusões;
Na vespertina luz sob o dobrar dos sinos,
Antes que os lençóis despenquem das varandas.
Uma, ora, qualqueira, que queiras entre ocaso o caso e a matina.
Do jeito que a liberdade permitir;
De um tanto que não transpasse a medida da nossa querência...
E, se o raiar do dia os surpreender e quiseres vir ou ir,
Seja o que for, é assim que o aprazível embala em lascivos seios...
Quando desnuda nosso secreto,
No cair das trevas sobre veludo de tua pele,
No campo, sobre a relva orvalhada,
Passa a madrugada e os lábios umedecidos,
O coração letárgico, as palavras soltas e o vento;
Gira o mundo e as horas mortas matutinas
Levam amantes pelas várzeas dos prazeres
E, qualquer hora dessas que não se espera,
A presença da ausência dá saudades
E afaga e beija e embala
Amordaça o gemido boca à boca
E, depois da suave madorna da aurora...
Túmida a flor desvirginada.


Malkah,

5772