terça-feira, 14 de junho de 2016

Ser sem Ser



Um mundo sem ti
Devorado por Chronos;
Límpido céu sem nuvens, sem chuva, sem sol.

Um dia sem ti
O tempo inerte e a luz fosca;
Cristalino ribeiro sem peixes, sem leito, sem margens.

Um ser sem ser
Dissolvido no tempo;
Fluída alma sem impulso, sem paixão, sem razão.

Um encontro fortuito
Determinado momentâneo;
Dura lei muda, ágrafa, surda, injusta.

Chronos, de tempos em tempos,
Tu, todos os momentos,
No mundo, no céu, no ribeiro, na alma.

Um ser nuvens,  luz,  impulso
Razão na voz inscrita
Às margens do leito comunal
Descerra teu desencanto
Num mundo sem mim.



Malkah, 5776

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