Fala comigo, porque tua voz
Como os ráios da matina,
Atravessa minha tristeza,
Como a luz, a escuridão do tênue alvorecer.
Lembra-te de mim, pois tua lembraça
Constroi-me a aparência, que agrada
E parece mostrar-te tudo, toda, em mim.
Pensa em mim como penso,
Pois tua memória de mim
Apaga os rastros da solidão,
Desenha-me no ar a minha imagem de ti
Creia na minha esperança
Que aguarda vigilante o momento,
Que espera não passar a hora,
Que deseja ser real o teu querer.
Canta pra mim e não chores,
Porque a alegria da tua canção me faz chorar
De prazer e de ternura, lavando o zelo ardente,
E encobre o triste o solitário...
Sorria que a formosura de teus lábios
Desvela a candura dos teus beijos mordiscados,
E quando a madorna já não faz sentido,
Dá sentido a estes versos (re)ssentidos
Que são teus.
Malkah, 5776
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