quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A flor do meu amor e vento outonal


In memoriam 
Maria Lúcia Teixeira Vital
1938-2015
O verão passou e 
toda calmaria que trouxe
As nuvens tímidas despontaram num céu matinal.
Subiram as orações 
banhadas de luz do arrebol.

O pomar florido 
Recomeça a vicejar e
Na madrugada sonora,
O pranto do meu amor
dissonante com o perfume de seu carinho.

As mãozinhas frágeis e pálidas
Um sorriso apagado e um olhar tristonho
enunciavam o desvelar de outro dia.

Desabrocha a manhã
de reluzente frugalidade,
O respiro tênue do meu amor
Prenunciou a abertura do infinito nela,
as torrentes cálidas lavaram sua fragilidade
e, sem tempo, o vento outonal bramiu...

A mais bela flor do meu pomar 
foi levada pelo vento de outono
e deixou mui umbroso 
o brilho do meu alvorecer...


Melk Vital

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