quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O véu da formosura


O turvo manto ao entardecer
Cai suave como orvalho. 
Sobre a verdura,
A saudade, o véu da noite, 
Cobre a face
Fulgurante da candura.

Fenece a luz,
Floresce desesperanças!
E, logo, a coberta sem brancura,
Com o doce lume do luar,
De pontilhados e de lembranças,
No firmamento, pele escura
Vêm, do poeta, a embalar,
A tristezura...

No efêmero e solitário,
Silêncio e canção sem agrura,
Vão-se dissipando temores,
Em lindos sonhos,
Todos prazeres, 
No coração
Da ternura,
No leito puro,
Outros amores,
Sob o véu
Da formosura...

Melk Vital,

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