quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Minha manhã imersa de sol de orvalho odorada


O amor é desejante e desejável, mais que o gosto natural.
No amor não há desejo desordenado, é suave e compassivo.
A fraqueza do amante é imperfeição do afeto,
é medo da perda, é solidão da amizade,
é idiotice onde a paixão subjuga a razão do seu amor,
porque a perfeição do amar é compreender,
é aceitar, é doar aquilo que a amanda deseja e quer...
A solidão é um rio caudaloso, mas, diz o profeta:
“as muitas águas não podem afogar o amor.”
A voz do poeta se cala diante da possibilidade de errar o verso
quando o anverso branco se mancha de saudade,
mas da solidão e do silêncio vem a rima inquebrável...
E a lua sombria e melancólica nega a importância
do fogo do sol, e surge em plenilúnio.
O rio fluente intrépido percorre as margens serenas
e não retorna, e, resolve-se na amplidão do mar.
A flor impassível ao beijo do colibri esparge olor pelo jardim,
invejando a liberdade do pássaro que a corteja.
O calor solar, as margens plácidas, o beija-flor
são melhores que eu, desejando o teu amor...
Pois, a minha amada é mais linda e desejável
que uma manhã tépida e clara,
e de orvalho perfumado de jasmins...
Nesse Parnaso, sois brilham criando manhãs,
ventos sopram impulsionando a vida,
luas douradas embelezam noites,
e tu, odorosa e bela, encanta meu prazer...


Melk Vital

2015

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