Quando partires,
Leva a capa que me cobriu.
Não te deixes neste limbo,
Que a infame tormenta matinal
E o lodo da esperança desterraram.
Quando partires, deixe a chuva,
Que umedecia os brotos do nosso desejo.
Não arranques com o ódio
A flor de tua aurora,
Que o belo do dia trouxe,
Que iluminava dentro e fora,
Que o quarto cheio de lodo sufocava...
Quando te fores,
Não te vai de todo;
Deixe-me traços sutis,
Lembranças obscuras,
Beijos falsos de lábios enganosos.
Mas, leva contigo
A presença de tua ausência,
P’ra que eu sofra e tu também.
E o sofrer comungue o que éramos.
E o instante reste
Na imagem do teu rosto.
E o meu semblante passe
Num momento de tua imagem.
MaggourMissabbib
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