quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Dor (e)terna e plácida

Ah! Sentido lancinante
Que furtou a Lancelot a lealdade
Dos movimentos da alma plácida
De turbações e de procura
Calma sobre o deserto da esperança
Próximo ao cume do desespero.

Nem Cervantes em sua loucura poética
Traduzira as aflições desse tormento
Quando a Dulce prostituta encanta
No leito da ternura a ilusão
E concorre ao belo feudo o lascivo.

A volúpia inconstante do prazer
Que na orla da aurora entenebrece
Traz consigo o desprezo  o gozo o medo em flor
No instante que supera o tempo inteiro.

Eis lânguida a pele passeada de carícias
O fragor da emoção inebriante
No afã de encontrar-se satisfeito
Toda força todo bem toda razão
Que acalentam e apropriam um guerreiro
Esvaem-se com o clímax da paixão...

Esquece-se a dor que maltrata a carne
Desfalece o sopro vívido do sentir
Entrega-se o desejo  ao mais ardente
No ímpeto do querer exacerbado
E confunde o conciso e incoerente
Da longura do prazer a amplidão
Mas, a morte dessa dor, de dor e pena,
Faz sofre o sofredor do (e)terno amor.


Maggour Missabbib, 5774

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