Tábula rasa
Desde as profundezas
Sou...
Inscrevam-se em mim
As maledicências e os engodos
Nessas garatujas
Transliterem as aflições de todos
Na rasura das falsas emoções
Gozem o prazer de desprezar-me!
Seja rasa a tábua
Ríspida e contorcida
De fibras embuchadas
De nós..,
Tragam ainda seiva
De ignorância e desqualidade!
Sou como lençol
Ao vento, quarando.
Sou tábua de séquito,
Um sândalo podre no lago.
Dei a minha face
Nela inscreveram escárnios
Lamentações
Prantos
Risos
Falsidades...
Faceei um muro de lodo
E, ao lado profundo, nada
A tábua encurvada desta nau.
Maggour Missabbib, 5743
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