quinta-feira, 24 de março de 2016

Libertas Libertatis

Um dia, eu pensei que poderia ser livre. Eu estava muito enganado, uma vez que a liberdade não é liberdade, na verdade, não estava errado por pensar que eu poderia, mas porque não sabia o que, de fato, significava liberdade. Então, percebi que não sou meu como possuir uma perfeita consciência de mim mesmo, assim que aqueles passos que eu caminhava me trouxeram a este momento presente de falsa luz, no entanto, estou aqui como um prisioneiro de minha própria liberdade ... quer dizer, da minha falsa consciência de mim.

Un día, pensé que podía ser libre. Yo estaba muy equivocado puesto que la libertad no es libertad, de hecho, no estaba errado por pensar que podía sino porque no sabía lo que significa efectivamente la libertad. Entonces, me di cuenta de que no soy mío como poseer una conciencia perfecta de mí mismo, por lo que los pasos que estaba caminando me trajo a este momento presente de luz falsa, sin embargo, estoy aquí como un prisionero de mi propia libertad ... es decir, de mi falsa conciencia de mí.

Un giorno, ho pensato che avrei potuto essere libero. Ero piuttosto sbagliato, dal momento che la libertà non è la libertà, in realtà, non ho sbagliato a pensare che avrei potuto, ma perché non sapevo cosa significasse davvero la libertà. Poi, mi sono reso conto che io non sono il mio come possedere una perfetta coscienza di me stesso, in modo da quei passi stavo camminando mi hanno portato a questo momento presente di luce falso, tuttavia io sono qui come prigioniero della mia libertà ... è quello di dire, della mia falsa coscienziosità.

Un jour, je pensais que je pouvais être libre. J'étais assez tort, puisque la liberté n'est pas la liberté, en fait, je ne me trompais pas de penser que je pouvais, mais parce que je ne savais pas ce que la liberté signifiait en effet. Puis, je me suis aperçu que je ne suis pas le mien comme posséder une conscience parfaite de moi-même, de sorte que ces démarches que je marchais m'ont conduit à ce moment présent de fausse lumière, pourtant je suis ici en tant que prisonnier de ma propre liberté ... c'est-à-dire, de ma fausse conscience de moi.


One day, I thought that I could be free. I was pretty wrong, since freedom is not liberty, in fact, I was not wrong for thinking that I could but because I did not know what freedom means indeed. Then, I realized that I am not mine as own a perfect conscience of myself, so those steps I was walking have taken me to this present moment of fake light, nevertheless I am here as a prisoner of my own liberty... is to say, of my fake conscientiousness.

Eines Tages, ich dachte, dass ich frei sein könnte. Ich irrte ziemlich unrecht, da die Freiheit nicht die Freiheit, in der Tat. Ich war nicht falsch zu denken, dass ich konnte, aber weil ich nicht wusste, was Freiheit bedeutete eigentlich. Dann erkannte ich, dass ich bin mir nicht so besitzen ein perfektes Gewissen von mir selbst, so dass diese Schritte, die ich ging spazieren, mich zu diesem Augenblick von gefälschten Licht genommen haben, nichtsdestotrotz bin ich hier als Gefangener meiner eigenen Freiheit... ist zu sagen, meiner gefälschten Gewissenhaftigkeit.

terça-feira, 15 de março de 2016

O Jardim do poeta

A madorna traz consigo uma névoa, um fluxo rebelde que balança a palmeira e faz ressoar um assobio triste. O jardim contorcido de flores murchas e rebento minguado aparecem
 no sonho vespertino como oásis, mas a lamúria e a solidão disputam o pequeno recanto, querendo assaz abafar o pouco e frágil suspiro que resta. A mansidão da luz que se derrama sobre esse canteiro de sofreguidão faz parecer que o tempo era algo na imaginação de uma criança moribunda e a verdade não é senão um falso alento que conduz para uma armadilha fatal. Entrementes as folhas secas e a cama de felholho, pequeninos bichos vicejam e grassam, deixando um ar sutil de que a vida não pára. Nem tudo é desolação, nem tudo é desgraça nessa horta mortífera onde a sebe protege o vinhedo da loucura e da dor. Há, imiscuído nos arbustos ressequidos, um cuja mão se estende e sinaliza uma trilha alternativa, até favorece um bocado de pão duro e água barrenta que possa minorar os efeitos da ignomínia e abandono. Esse ninguém que alça a mão trêmula e com voz murmurante oferta um centil é precisamente a necessidade. Ela que por tanto tempo esteve oculta na ignorância e sorrateira deixou-se obscurecer ante as expectativas vãs. Agora, surge macilenta e taciturna, prospetando o único veio de libertação. Não é o fingimento que a torna enérgica, mas a impotência do mísero vagabundo, lançado aos trapos do desprezo e aceito como verme de si. Ela, a privação, negocia a alma moribunda e deleita-se em entregar-lhe migalhas, trazendo-a de novo à realidade daquele lugar ameno. Não parta sem antes saber quem és. Diz a voz da inconsciência, que é louca mas detém o poder do encadeamento e as chaves da soltura. Se partires assim, emenda, não te acharás no caminho que procuras e não chegarás a lugar próprio, estarás perdido e ermo como sempre. Encontrarás a ti solitário e longe, sem recurso, sem desejo, sem sonho, sem lume, sem horizonte, quer dizer, retornarás aqui e agora e conhecerás o teu presente sem máscara ou nevoeiro. Como cheguei aqui? Esse solilóquio brotou da consciência contaminada de desespero. Certamente não há resposta pronta para a animação infértil da percepção. Achava-me ninguém, contudo, ninguém sou, porque a natureza dessa criação é débil e fugaz e não teceu na textura do seu discurso o termo próprio que me designasse, portanto, indeterminado sou. Como me imagino, sou. É fato, porém, que no âmbito imaginativo tenho divagado das profundezas às alturas, sem sequer projetar um milímetro de realidade. Não se dá o caso de que haja perdido a razão, não é isso! Nunca a encontrei. Provavelmente eis o motivo que me trouxe aqui, a essa sementeira infrutuosa e árida, de olor fúnebre e aspecto monocromático. Não sinto-me menos ou mais pela ambientação, mas creio que algo verminal está a me corroer as entranhes, a cada vez que o amanhecer se enrubesce e se debruça no colo do arrebol, deixando para trás os laços frouxos e promessas incultas. Acho que me perdi pelas palavras e pelas aparências. Não estou em mim, no meu lugar próprio, mas em oculto de mim, nem tenho porquê ou vantagem de cultivar o isso que aparento ser. Minhas mágoas se dão ao léu e irritam-me a hipocrisia, a falsidade, por isso preciso mesmo mentir e mentir, para que a verdade seja conforme a bula dos covardes vendilhões. Temo não achar o caminho de volta para o meu próprio, para o aconchego e cuidado da minha vontade. As flores esturricadas e os espinhos argutos da minha expectativa me levam nacos de carne e a calmaria assa, no forno temporal, a maciez restante da minha pele exposta. Não vejo com os olhos iluminados a brancura do dia e nem se turva minha ótica na escuridão, sempre tudo está nublado e eu sou uma nuvem dispersa e sem chuva, pairando no oceano da tribulação. Guardem-me as horas e conduzam-me os ventos, para onde deve ir a alma sequiosa e solitária de um poeta vagabundo e senil. 

quinta-feira, 3 de março de 2016

Sincrônscio

O tempo passa muito rapidamente
sobre meus muitos modos de pensar
e leva consigo a consciência 
deste pretérito onde não sei 
quem sou na distância deste espaço...

E, nesse mover, as almas
solitárias se perpassam
transformando as esperanças
lavrando sonhos e desejos...

Velozmente a vida se consome
o vento assopra as brasas,
tornando as pedras em cinza,
apagando a esperança...

É tarde, já o dia declina,
não há no céu um lume
e, as nuvens obscurecem o pontilhado.
É muito tarde, já o silêncio tudo abafa,
não há um canto onde a melodia ecoe...

E, o tempo ruiu:
o corpo em ruína,
a fé em descrença,
do desejo ao indiferente;
a harmonia em fragmentos,
o presente em pretérito,
o todo em partes,
a parte em
nada!




Maggour Missabbib, 5775